A história do Irã é pontuada por uma rica tapeçaria de tradições religiosas e culturais que remontam a milhares de anos. Entre essas antigas crenças, o zoroastrismo, uma das mais antigas religiões monoteístas do mundo, exerceu uma influência duradoura na região e além.
Origens do Zoroastrismo
O zoroastrismo, uma das mais antigas religiões monoteístas do mundo, tem suas raízes profundamente entrelaçadas com a história e a cultura do antigo Irã. Sua história remonta ao período pré-histórico, mas foi formalizado e sistematizado por Zaratustra (ou Zoroastro), um profeta que viveu no Irã por volta do século VI a.C.
Zaratustra nasceu em uma época de mudança e agitação no Irã antigo, um período marcado por conflitos sociais, incertezas religiosas e desafios filosóficos. Segundo a tradição, aos 30 anos, Zaratustra teve uma revelação divina onde Ahura Mazda, o deus supremo, lhe transmitiu os princípios fundamentais do zoroastrismo.
Um dos aspectos mais distintivos do zoroastrismo é sua abordagem dualística da realidade, representada pela dualidade entre o bem (Ahura Mazda) e o mal (Angra Mainyu ou Ahriman). Essa dualidade é evidente não apenas na esfera espiritual, mas também na natureza e na sociedade, refletindo uma luta cósmica entre forças opostas.
O conceito de livre arbítrio também desempenha um papel central na teologia zoroastriana. Os seguidores são chamados a fazer escolhas conscientes entre o bem e o mal, contribuindo assim para a manutenção da ordem moral do universo. Essa ênfase na responsabilidade individual e na ética pessoal é uma das características mais marcantes da religião.
Além disso, o zoroastrismo foi uma das primeiras religiões a desenvolver uma cosmovisão escatológica, ou seja, uma visão do destino final da humanidade e do universo. De acordo com essa visão, a história culminará em um grande confronto entre o bem e o mal, onde o bem finalmente triunfará e uma era de renovação e felicidade, conhecida como Frashokereti, será inaugurada.
Princípios Fundamentais
Central para a crença zoroastriana está o conceito de Asha, ou Verdade, que governa a ordem moral do universo. Os seguidores são incentivados a viver uma vida de retidão e ética, lutando contra as forças do mal. O fogo é reverenciado como um símbolo da presença de Ahura Mazda e é frequentemente usado em rituais religiosos.
Evolução e Difusão
Ao longo dos séculos, o zoroastrismo teve um papel significativo na história do Irã, influenciando não apenas a espiritualidade, mas também a política e a cultura. Durante o Império Persa, o zoroastrismo era a religião dominante e ajudou a moldar as políticas do governo, como a tolerância religiosa e a promoção da justiça social.
Com a chegada do Islã ao Irã no século VII, o zoroastrismo começou a declinar em termos de seguidores, mas ainda assim deixou uma marca indelével na identidade cultural do país. Muitos dos festivais, tradições e valores morais que foram fundamentais para o zoroastrismo continuaram a desempenhar um papel importante na sociedade iraniana.
Influência Contemporânea
Embora o número de seguidores do zoroastrismo seja pequeno em comparação com outras religiões globais, seus princípios éticos e filosofias continuam a ressoar em todo o mundo. Conceitos como a luta entre o bem e o mal, a importância da verdade e da justiça e a reverência pela natureza encontram eco em várias tradições religiosas e sistemas éticos contemporâneos.
Além disso, o zoroastrismo também desempenhou um papel na formação da identidade nacional iraniana e influenciou a política e a cultura do país. Elementos da religião, como o fogo sagrado e a ênfase na justiça, são frequentemente evocados em cerimônias e discursos oficiais.
A predominância das religiões
Embora muitas vezes obscurecido pela predominância de religiões como o Islã, o zoroastrismo continua a ser uma força influente na história e na cultura do Irã e do mundo em geral. Seus princípios éticos e filosofias ressoam através dos séculos, oferecendo uma visão única sobre questões fundamentais da vida e da existência humana. Ao compreender a profundidade dessa antiga fé, podemos ganhar uma apreciação mais ampla da diversidade religiosa e cultural que enriquece nosso mundo.
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30 de maio de 2024
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